Timor é o resultado de migrações provenientes do Sul e Sudeste da Ásia.
O seu relevo montanhoso e as dificuldades de deslocação acabaram por evitar que as várias etnias se misturassem. Assim surgem várias microetnias e línguas.
O conhecimento destes diferentes grupos, permite compreender a forma como se organizam social, economica, religiosa e politicamente. Nem sempre são coincidentes.
No entanto, e apesar de serem apontados 31 línguas, dialectos e subdialectos, na verdade é difícil chegar a acordo quanto ao seu número e classificação.
As línguas principais partem todas do litoral em direcção ao interior.
Hoje pensa-se que existam cerca de 24 línguas.
A unidade linguística não corresponde à unidade rácica. Os principais tipos raciais presentes em todas as regiões de Timor são o proto-malaio, o dêutero-malaio, e o veda-australoide, o melanesoide.
O tetum é considerado como uma verdadeira língua franca. Segundo Ruy Cinatti, as principais línguas antes de 1975 eram as seguintes:
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Tetum Terik ou Tetum Los e Tetum Praça
Mambae
É falado, juntamente com o tétum em Dili, mas não dentro da cidade. É falado nos sucos de Tíbar e Ulmera no distrito de Liquiça. Nas áreas de Railaco, Ermera, Lete-Foho e Hatolia, dentro do distrito de Ermera. Em todo o distrito de Aileu e de Ainaro e nas áreas de Hatu Udo e Same, dentro do distrito de Same. Assim como na faixa costeira de Manatuto que se liga aos distritos de Díli e Ainaro.
Makassai
Fala-se em todo o distrito de Baucau, exceptuando uma pequena área em que se fala uaimoa (algumas zonas das áreas de Vémassi e Baucau). É também falado na área de Luro, distrito de Lautém e nas áreas de Ossu e Uato-Lari, do distrito de Viqueque.
Em Manatuto existem pequenos grupos que também usam o makassai.
Kemak
É falado nos sucos de Leimeia Craic e Leimeia Sourin-bálu, e em toda a área de Atsabe, no distrito de Ermera. Também em Haúba e Marobo, em Maliana, Cailaco e Atabai e nos sucos de Leolima e Leohítu (Balibó), no districto de Bobonaro.
Bunak
É falada no conselho de Cova-Lima, nas áreas de Fatu-Lúlic e Zumalaia. No distrito de Bobonaro, em Lolotoi e regulados de Bobonaro, Ai-Assa e sucos de Malitait e Louru-Ba. No distrito de Same, na área de Hato-Udo, Betano e Same é possível ainda encontrar vestígios de Bunak.
Tocodede
É falado em todo o conselho de Liquiça, exceptuando o extremo oriental da zona de Bazar-Tete que fala mambae.
Galoli
Fala-se no distrito de Manatuto, em Laleia, Manatulo, Lacló e Metinaro. O ataúro, falado na ilha de Ataúro, que é falado com variações nos quatro sucos da ilha parecem estar ligados a esta língua.
Fataluco
É falado no distrito de Lautém, em Tutuala, Lautém e Los Palos. Esta língua é também designada por Dagadá, sendo este um nome depreciativo usado pelos outros povos.
Baiqueno
É falado no enclave de Oé-Cussi e na maior parte do Timor Indonésio.
Além destas ainda existem o maclere, marae, o nauéti, o ataúro, o idaté, o lacalei,
o becais, o uaimoa, o cairui, e o mídic.
Quanto a línguas exteriores à ilha, falam-se alguns dialectos chineses e o malaio, hoje, em todo o território, denominado bahasa indonésia (língua indonésia).
No entanto, esta é a língua principal de apenas cinco sucos.
Hoje, o mambae e o tétum são as principais línguas faladas por mais de quarenta por cento dos sucos. O mambae é falado por cerca de vinte e três por cento, seguido pelo tetum com vinte por cento dos sucos, segundo o documento The 2001 Survey of Sucos, publicado em Outubro de 2001, pela ETTA, o Asian Development Bank, o World Bank,
e a UNDP.