A música, extremamente ligada à dança e às cerimónias religiosas, retracta a vida do Timorense. Os músicos timorenses usavam e usam a música para expressar a sua alegria ou sofrimento, para incutir valores e registar a sua história.
Os principais instrumentos utilizados são o violino, a viola, o tambor, os gongos, flauta de bambu, o corno de búfalo, ou korneta. O kakei, que noutros sítios é conhecido por harpa judaica.
A partir de 1975, a música torna-se um importante instrumento político.
Ao mesmo tempo que a tensão aumentou na política, aumentou também na música. Durante a década de setenta as antigas melodias timorenses e a música associada ao ritual adquirem novos significados, através das letras, tentando reforçar o orgulho na cultura tradicional Timorense e reforçar a mudança nas orientações políticas de uma nação que quer emergir.
Na década de oitenta, quando o Comandante Xanana Gusmão reorganizava a resistência, os músicos eram influenciados pelo estilo pop internacional, usando sons electrónicos.
A música passa a ser ainda mais usada na política, tendo um maior impacto.
Os timorenses mostram uma enorme capacidade para absorver várias influências musicais, sem perder a sua própria identidade e vitalidade cultural.
MÚSICOS
Vários músicos merecem referência. Comecemos pelos maestros: Simão Barreto,
o autor-maestro timorense, com uma carreira internacional, e Cornélio Vianey da Cruz.
Abril Metan, foi um famoso violinista e compositor. Teve grande prestígio como músico, morrendo na década de 90 em Timor. No entanto, o ritmo tradicional kore-metan, que ele adoptou, continua a ser tocado e gravado em Dili pelo seu filho.
Mau Soko, pertencente a uma família de músicos distintos e construtores de tambores. Ele distinguiu-se não só a construir, mas também pela perícia de tocar estes tambores. Na diáspora, assumiu como missão passar os conhecimentos que possuía, o que fez até à sua morte em 1996, em Melbourne, na Austrália.
Mas outros nomes aparecem no enorme rol de músicos timorenses: João Betro, mais conhecido por Mau Mali, Zeto da Costa, Altino e Amândio de Araújo, Gina Correia,Agostinho Moniz, cantor e compositor de Laclubar, José Pires, Francisco Tilman,
Albina da Costa, Fernando de Santos Castro, Mário Boavida e família, Jessica Maliana.
O grupo Maun Alin Iha Cristo, fundado em 1988, por Maria de Lourdes, mais conhecida entre os timorenses por Mana Lu, é uma instituição que tenta minimizar as enormes carências da educação, saúde, serviço pastoral, etc. Visam o desenvolvimento social, cultural, e económico das pequenas sociedades/comunidades nas regiões mais escondidas de Timor. Adaptando-se à história das comunidades locais onde se inserem,
e ao seu dialecto, aprendem as canções casino online e mudam-lhes os textos, dando-lhes uma feição mais cristã. As músicas são belíssimas, ao mesmo tempo que fazem reviver canções que de outro modo seriam esquecidas.
A banda Timorense Estrela do Mar, surge na década de oitenta e ainda hoje actua um pouco por todo o Timor. A sua música pode ser considerada tradicional, com uma instrumentalização e interpretação modernas. Muitas das canções foram escritas na década de oitenta por Chico Maloi, um homem que dedicou a sua vida à música, após soldados indonésios terem morto a sua esposa. Actualmente, é talvez um dos músicos mais conhecidos em Timor. Era membro da banda Cinco Orientes, muito conhecida antes de 1975 e que desapareceria com a guerra. Actualmente, um grupo de jovens músicos adoptaram este nome como designação da sua banda.
Jonhy Pereira, e Anito Marto são músicos que se afirmaram na década de noventa, interpretando música de influência pop, que mobilizava a juventude.
Em termos de bandas actuais, mais jovens, e mais conhecidas também por uma faixa etária perto da sua, surgem os Vi Almaa-X, uma banda moderna com influências desde
o rock, rap, heavy-metal até aos ritmos africanos e índios. Apareceram no fim da década de noventa e podem ser considerados, hoje, um fenómeno de popularidade em Timor Leste.